quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Produtos Orgânicos

O que é Produto Orgânico

Produto orgânico é um alimento sadio, limpo, cultivado sem agrotóxicos e sem fertilizantes químicos.
Eles provêm de sistemas agrícolas baseados em processos naturais, que não agridem a natureza e mantêm a vida do solo intacta.

As técnicas usadas para se obter o produto orgânico incluem emprego de compostagem, da adubação verde, o manejo orgânico do solo e da diversidade de culturas, que garantem a mais alta qualidade biológica dos alimentos.
O produto orgânico é completamente diferente do produto da agricultura convencional, que emprega doses maciças de inseticidas, fungicidas, herbicidas e adubos químicos altamente solúveis.

Esses agroquímicos fazem com que os alimentos tenham baixo valor nutricional e, em sua toxicidade pode estar a causa de muitas doenças, que afetam o homem, em proporção crescente. Além do mais, esses agroquímicos contaminam o ambiente, poluindo a água, o ar, a terra, a flora e a fauna.
A Agricultura Orgânica é o modo verdadeiramente científico e respeitoso de produzir alimentos saudáveis e assegurar a integridade do meio ambiente.

ALGUMAS RAZÕES PARA CONSUMIR PRODUTOS ORGÂNICOS
Seu sabor é melhor - O sabor é pessoal, porém existem certos critérios determinados por "degustadores" que afirmam que os alimentos orgânicos possuem mais "gosto" que os alimentos produzidos pelo sistema convencional.
É mais saudável - Os produtos orgânicos crescem sem pesticidas e fertilizantes químicos sintetizados artificialmente. Muitas pessoas possuem hábitos de descascar a cenoura para o preparo de uma salada, devido à possibilidade de ingestão de pesticidas presentes em sua casca. Escolhendo os produtos orgânicos, o consumidor usufrui na totalidade as frutas e vegetais sem a preocupação com o consumo de pesticidas.

São produtos livres de organismos geneticamente modificados - A prática da engenharia genética cria novas formas artificiais de vida que não possuem um desenvolvimento natural. Este processo visa extrair e enxertar genes de uma espécie em outra, para criar novos tipos de safras e animais, objetivando assim uma melhor produtividade e colheita. O assunto é polêmico e ninguém pode afirmar categoricamente sobre os efeitos destes alimentos na genética dos nossos filhos e netos.

É uma cultura que está em harmonia com o meio ambiente - Fertilizantes artificiais e pesticidas são levados aos rios, lagos e lençóis freáticos através das chuvas e/ou irrigação. Traços de pesticidas são encontrados em peixes, gado e outros animais que se nutrem destas águas.
É uma agricultura sustentável - Nos anos 90 foi bem difundida a cultura de "usar o solo até esgotá-lo". Em uma fazenda orgânica as gerações futuras podem usufruir da terra e seus benefícios, pois este tipo de cultura nutre o solo, alimentado-o naturalmente com produtos originados por compostagem e estercos.

É mais nutritivo - Alimentos frescos orgânicos normalmente possuem menor teor de água em sua composição, quando comparado com os alimentos convencionais (aproximadamente 20% menos). Isto significa que os nutrientes estão mais concentrados. Assim como o conteúdo de açúcar, motivo do sabor mais adocicado dos vegetais orgânicos. Produções orgânicas tendem a ter maiores níveis de vitaminas, como em tomates orgânicos, que contêm 23% mais vitamina A do que os convencionais.

Feiras orgânicas no Rio de Janeiro:

Bairro Peixoto
Praça Edmundo Bittencourt - Sábados, das 8:00h às 13:00h
Gloria
Rua do Russel - Sábados, das 7:00h às 13:00h
Ipanema
Praça Nossa Senhora da Paz - Terças-feiras, das 7:30h às 13:00h
Leblon
Praça Antero de Quental - Quintas-feiras, das 7:00h às 13:00h
Jardim Botânico
Praça da Igreja São José da Lagoa - Sábados, das 7:30h às 13:00h
Tijuca
Praça Afonso Pena - Quintas-feiras, das 7:30h às 13:00h

Entrevista Gláucia - Grupo Fazenda Pedras Altas

Alunos Gastronomia IBMR: O que você produz?
Gláucia: Somos um grupo composto por 20 famílias do brejal, produzimos de tudo. Na minha horta eu tenho couve mineira, brócolis, repolho, alface roxa, alface romana, almeirão, beterraba, cenoura. Então cada família produz uma parte do que vem pra feira, eu que venho não tenho condições de produzir tudo.

Há quanto tempo você esta na feira?
Tem dois anos que eu pessoalmente estou na feira, o grupo esta a quatro anos.

De tudo que vocês produzem, sobra muito?
Na época do verão nem tanto, porque a gente não consegue produzir muito. O que vem geralmente vende. Mas no inverno, como a produção é maior, tudo que a gente planta dá, então a gente perde bastante.

E as sobras? Vocês reaproveitam?
As sobras são divididas, e aproveitadas. Lá em casa, como a gente cria galinhas pros ovos, ai vai tudo pra elas, pra compostagem. Enfim, reaproveita, nada vai para o lixo.


Vocês fornecem pra algum restaurante ou grande grupo ?
Sim, pro ‘la biciclette’ da Ana Paula, pro ‘Bistro’, pro ‘Entre Tapas’.

Você consegue produzir tudo o ano inteiro?
Na verdade a acelga nessa época vai embora, e vem a bertalha, que é de verão. Senão a maioria é feita o ano inteiro.

O que você pode fazer com a bertalha?
Há, com a bertalha, você pode fazer suco, refogado, ou com ovos.

Porque você escolheu cultivar orgânico?
Eu acredito que o produto orgânico traz benefícios a saúde, foi mais por isso.


E você sempre trabalhou com orgânicos?
Quando eu era mais nova eu trabalhava com cultivo em geral, parei um tempo e meu pai continuou. Ai agora tem três anos que estou no orgânico, enquanto meu pai tem 12.



Delícias da Roça

Páscoa Cordeiro, dona do ‘Delícias da Roça’
Páscoa Cordeiro, dona do ‘Delícias da Roça’, da região de Petrópolis-Brejal, produtora de conservas, molhos e outras delícias, nos conta um pouco de sua vida e de sua relação com orgânicos e com a feira. 

Alunos Gastronomia IBMR: Há quanto tempo você faz o seu produto e o vende na feira?
Páscoa: Fazendo meu produto e vendendo na feira, estou há três anos. Trabalho com orgânicos desde que me entendo por gente.

E você aprendeu a fazer com os seus pais? 
Aprendi sozinha. Às vezes eu olho pra um produto e já imagino o que eu quero fazer com ele, e ai eu vou testar e fazer alguma coisa com ele; ver se vai dar certo ou não. Mas geralmente, da certo.

Qual prato que você mais gosta de fazer com seus produtos?
Gosto muito de fazer e usar o molho de tomate. E o prato que mais gosto de fazer é macarrão, a massa fresca que eu faço.

Você consegue fazer seus produtos durante o ano inteiro?
Não, tem uma época que é melhor. O orgânico tem época que não dá, ai é a natureza, não adianta. Então quando eu não tenho um produto, eu o substituo por outro.

E qual a melhor época pra você produzir?

Eu gosto muito do verão.

Você pode dar um exemplo de um produto, que às vezes não esta na época, e você o substitui por outro? Tomate. Quando eu não tenho o tomate eu o substituo pela batata ou pela cenoura, que cultivado o ano inteiro. Faço a cenoura raladinha, em conserva e sai muito bom. Até a berinjela a gente ta conseguindo o ano inteiro.

E se faltar o tomate para o molho do macarrão? Ai eu faço um pesto ou um molho com manjericão, a gente vai alternando. Quando você não tem um produto, você tem que improvisar.

Como você consegue o selo de qualidade para os orgânicos?Primeiro nos passamos pela ‘ABIO’, nossa certificadora. Sem ela, não conseguimos fazer nada. Ela que dá o suporta pra gente trabalhar. E depois a gente passa pela vigilância (sanitária), eu, principalmente, que trabalho com processados. Minha cozinha virou minha fabrica. Tive que mudar muitas coisas na minha cozinha.

Eles fazem fiscalização? A associação já te visitou?Sim, a gente se associa a ABIO, e eles dão todo o suporte que a gente precisa o ano inteiro e toda a hora. Se precisar deles é só ligar. Eles são uma certificadora né, a gente precisa deles pra trabalhar.

Às vezes, as pessoas falam: queria tanto por um produto aqui na feira, como eu faço? Primeiro você tem que se associar a grupos orgânicos (Brejal, por exemplo).

Porque você escolheu trabalhar com orgânicos?Bom, meus avós e meus pais já trabalhavam com isso. E além de eu ter sido criada no meio de orgânicos, é uma paixão. Existe coisa melhor que vender saúde, que oferecer algo que você sabe que não vai fazer mal? Você pode dar para os seus filhos ou para os seus netos. Eu tenho dois filhos, um com 21 e outro com 24, e hoje estão os dois lá trabalhando na feira da barra.

Você mesma planta, por exemplo, o tomate que você prepara?

Não, vem de outro produtor. Eu até fazia, mas o tempo vai passando, começa a dar muito trabalho.

E o seu produtor de tomate, também é da ABIO?
Sim, todos são certificados pela ABIO. Às vezes tem produtores com mais de uma certificadora.


Seus clientes vêm até você ou você tem o trabalho de divulgar o seu produto? Se sim, como você convence o seus clientes, sendo o seu produto mais caro, a não irem ao supermercado comprar produtos com agrotóxicos?
Primeiro, comecei a vender meus produtos em casa. Às vezes eles iam lá em casa, eu fazia e os clientes diziam ‘eu quero’. Depois, saiu a oportunidade das feiras, e então eu trouxe os meus produtos pra feira. Meus clientes vêm a mim. A minha divulgação é na feira mesmo. O produto fala por si mesmo. Por exemplo, eles levam meu tomate seco. E eu sempre falo: eu sou suspeita pra falar que meu produto, ele é bom, mas você vai ter que experimentar! Depois desse tipo de divulgação eles voltam pra levar mais.

Você fornece pra algum restaurante?
Faço algumas entregas em casa e em alguns studios. Prefiro eu mesma vender meu produto.


Visita à Feira Orgânica do Jardim Botânico





A foto mostra um buquê de hortelã belíssimo do Tinguá - Chef Ciça e Fátima. Fátima, produtora do Brejal, estava emocionada com o hortelã do produtor do Tinguá.



Produtores Tinguá Orgânico



Fátima, produtora de mini legumes, brotos e flores comestíveis, do Brejal.











Shiitake - Uma história de vida


Conversamos com Sérgio Tavares produtor de shiitake da Floresta da Tijuca que nos contou como começou a produzir e se interessar pelo alimento orgânico.

Sergio, produtor de shitake da Floresta da Tijuca mostrando como faz sua produção
"Sofri um acidente de moto e fiquei sem andar por alguns meses e com isso fui ganhando interesse por produzir o shiitake de uma maneira muito singular". 

Sérgio nos contou que ele é responsável por produzir o alimento em toras de eucalipto onde nesta ele planta as sementes e para que o shiitake se desenvolva ele deve simular fenômenos naturais. A chuva, o trovão e a luminosidade. 

A chuva ele coloca as toras dentro da piscina e sacode placas de metal pra simular os trovões, após ele as retira e as guarda em uma cobertura livre de luminosidade. Simulando uma caverna.

terça-feira, 12 de novembro de 2013

Surtos de Doenças Transmitidas por Alimentos

O Sistema de Vigilância Epidemiológica das Doenças de Transmissão Hídrica e Alimentar (SVE-DTHA) foi iniciado, no Brasil, em 1999, para acompanhar o comportamento dos surtos de doenças transmitidas por alimentos (DTA). No ano seguinte, Pernambuco implantou o sistema de SVE-DTHA de forma descentralizada para as Gerências Regionais de Saúde (Geres) e seus municípios sedes.

Entre os anos de 2000 e 2009, foram confirmados 477 surtos de DTA, que causaram o adoecimento de 7280 pessoas, com registro de nove óbitos. Numa análise realizada entre os anos de 2000 e 2008, observa-se uma maior concentração dos surtos de DTA na I Gerência Regional de Saúde (aproximadamente 90%), que abrange os municípios da Região Metropolitana do Recife.

O maior percentual dos surtos notificados (38,2%) aconteceu nos estabelecimentos comerciais de alimentação (restaurantes, lanchonetes, padarias). As residências representaram o segundo principal local de ocorrência (31,3%).

AGENTE: A água foi o alimento responsável pela maioria dos surtos de diarréia (21,6%), seguido das preparações mistas, ou seja, dos produtos que misturam alimentos de origem vegetal e animal (14,1%). Em 60,6% dos surtos foram especificados os agentes etiológicos. Dentre eles, destacam-se as bactérias Escherichia coli (29,7%), Staphylococcus aureus (26,5%) e Salmonella spp. (13,2%).


Festival de Gastronomia Orgânica de São Paulo

Sustentabilidade e Vegetarianismo
No Parque da Água Branca

Forum - Oficinas para adultos e crianças - Feira de produtos
Praça gastronômica - Lançamento de livros - Rodas de conversa
Espaço Bem estar - Ética-arte e Cultura

O Festival de Gastronomia Orgânica de São Paulo - Vegetarianismo e Sustentabilidade tem a proposta de trazer informações sobre toda a cadeia alimentar orgânica, desde a produção até chegar a sua mesa, mostrando alternativas possíveis e sinalizando o comprometimento dos realizadores, parceiros e patrocinadores com a questão, viabilizando, promovendo e fomentando a produção orgânica de alimentos e a culinária vegetariana como acessível e transformadora, popularizando os temas e disponibilizando seu conteúdos ao grande público.